sexta-feira, 14 de março de 2014

                                 14 de março - Aniversário de Castro Alves - Dia da Poesia


Uma noite eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo

E o pé descalço do tapete rente.
'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte
Via-se a noite plácida e divina.
De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras
Iam na face trêmulos — beijá-la.
Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...
Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!
E o ramo ora chegava, ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio,
P'ra não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...
Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
"Ó flor! — tu és a virgem das campinas!" (Castro Alves)

sábado, 14 de janeiro de 2012

Você não me assusta mais, querida

Morte... Como se preocupar com esta coisa tão distante?

Aliás, quando bem moço, nem sua existência considerava.

Fazia mais: a desafiava em toda oportunidade que surgia.

Sinceridade? Eu odiava você, nem seu nome podia ouvir.

Com o tempo, vi que não se pode odiá-la ou desprezá-la.

Melhor era cuidar-se e não falar nela: para não provocá-la.

As pessoas lúcidas da minha idade queriam só evitá-la.

Mas agora, depois de tantas dores, amarguras e decepções,

Tantas tristezas e desilusões, hipocrisia e mediocridade,

Vejo a morte com outros olhos. Sinceridade? Com simpatia.

Muitos amigos se foram e nenhum voltou para reclamar,

Seguiram sempre em frente na sua interminável(?) viagem

Aquele monstro inexorável que me inundava de temores,

Na pura verdade nada mais é que minha silenciosa amiga.

Sinto no peito, que não debaterei, pode vir que é bem vinda.

Digo mais, já estou ficando atento ao chamamento, ao aviso.

Meu sonho, meu projeto é morrer na paz que talvez mereça,

Com o coração e a mente transbordantes de esperança e alegria.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Aos poucos, estou voltando


Oi, Blog querido! Sumi de você, não foi?

Aposto que pensou que eu tivesse morrido.

Mas eu morri mesmo, já sou muito outro.

Nem contei : eu tive uma filhinha. A Pietra.

Não sei com dizer. Uma loucura, um milagre.

Morri para quase tudo, ler, escrever, criar.

Morri principalmente para mim mesmo,

Mas vivi quase tudo para ela por dois anos.

Conheci alguém, esta eu também não contei.

A mãe da Pietra. Uma experiência e tanto.

Rapaz, que louco! Ainda mais na minha idade!

Vou colocar aqui frases,versos, cantigas de ninar

E mais coisas que escrevi para a Pietra. E fotos.

Ela me fez descobrir que amo, não é demais?

Não sabia que sabia amar, só achava que sabia.

Você, leal como um cão, paciente me esperou.

Notará que valeu a pena esta longa ausência:

Estou outro cara, bem melhor, mais curado.



quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Novo ano

"Para você, desejo o sonho realizado.
O amor esperado. A esperança renovada.
Para você, Desejo todas as cores desta vida.
Todas as alegrias que puder sorrir.
Todas as músicas que puder emocionar.
Para você neste novo ano,
Desejo que os amigos sejam mais cúmplices,
Que sua família esteja mais unida,
Que sua vida seja mais bem vivida.
Gostaria de lhe desejar tantas coisas.
Mas nada seria suficiente...
Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.
Desejos grandes e que eles possam te mover
a cada minuto, ao rumo da sua FELICIDADE!"

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 6 de dezembro de 2009

Para o Rafa musicar e a Larissa cantar


O Rafa, meu filho, é músico e compositor;
a Larissa, minha neta, com 14 anos, canta e interpreta.
Fiz estes versos para os dois, mas até agora, nada.
Caiu no meu encanto,
Vamos viver um sonho.
Amor, Serei a sua sereia

Serei a sereia,
Para sempre, sereia,
Risos, amores, na areia

Mergulhar na espuma,
Perder-nos na bruma,
Deixar a vida verdadeira

Serei a sereia,
Para sempre, sereia,
Risos, amores, na areia.

Feliz ano novo?


Esta chegando aí mais um 31 de dezembro.
Logo, perto da zero hora do dia seguinte,
Voará para atmosfera milhões e milhões de
toneladas de pólvora nos fogos de artifício.
Apenas para repetir uma festa de minutos,
E encher os olhos de multidões que não sabem
o imenso prejuízo para as gerações futuras.
Ah, nossa pobre, cega e ignorante humanidade,
Não vê que destrói mais a si, pouco o planeta!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

100 MILHÕES!


Trabalhar faz bem, é bom,
Mas o que mais eu queria:
Acertar os seis números,
Ganhar sozinho na loteria!

Labutar direto noite e dia
É minha cara, minha vida.
Mas o bom mesmo seria,
Ganhar sozinho na loteria.

Realizar um bom negócio,
Admito, também serviria.
Mas meu sonho verdadeiro,
É ganhar sozinho na loteria.

Saúde, o amor e os amigos,
Estas coisas eu priorizaria.
Ficar feliz de verdade, é só
Ganhar sozinho na loteria.

Pobreza pode não ser castigo,
Ser ricaço é o que eu adoraria.
Você já sabe e também queria
A bolada. Acertar na loteria.

Pessoa de fé, creio na sorte,
Quando posso, faço um jogo.
Meu objetivo, não vou negar:
Ganhar na mega, na loteria!

Falem o que bem quiserem,
Bolão, apostona, apostinha,
Isso tudo qualquer um faria
Pra poder ganhar na loteria.

Vida boa, viajar, fazer poesia.
E o único jeito, não tem jeito,
É acertar a mão um belo dia,
E ganhar sozinho na loteria!