sábado, 14 de janeiro de 2012

Você não me assusta mais, querida

Morte... Como se preocupar com esta coisa tão distante?

Aliás, quando bem moço, nem sua existência considerava.

Fazia mais: a desafiava em toda oportunidade que surgia.

Sinceridade? Eu odiava você, nem seu nome podia ouvir.

Com o tempo, vi que não se pode odiá-la ou desprezá-la.

Melhor era cuidar-se e não falar nela: para não provocá-la.

As pessoas lúcidas da minha idade queriam só evitá-la.

Mas agora, depois de tantas dores, amarguras e decepções,

Tantas tristezas e desilusões, hipocrisia e mediocridade,

Vejo a morte com outros olhos. Sinceridade? Com simpatia.

Muitos amigos se foram e nenhum voltou para reclamar,

Seguiram sempre em frente na sua interminável(?) viagem

Aquele monstro inexorável que me inundava de temores,

Na pura verdade nada mais é que minha silenciosa amiga.

Sinto no peito, que não debaterei, pode vir que é bem vinda.

Digo mais, já estou ficando atento ao chamamento, ao aviso.

Meu sonho, meu projeto é morrer na paz que talvez mereça,

Com o coração e a mente transbordantes de esperança e alegria.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Aos poucos, estou voltando


Oi, Blog querido! Sumi de você, não foi?

Aposto que pensou que eu tivesse morrido.

Mas eu morri mesmo, já sou muito outro.

Nem contei : eu tive uma filhinha. A Pietra.

Não sei com dizer. Uma loucura, um milagre.

Morri para quase tudo, ler, escrever, criar.

Morri principalmente para mim mesmo,

Mas vivi quase tudo para ela por dois anos.

Conheci alguém, esta eu também não contei.

A mãe da Pietra. Uma experiência e tanto.

Rapaz, que louco! Ainda mais na minha idade!

Vou colocar aqui frases,versos, cantigas de ninar

E mais coisas que escrevi para a Pietra. E fotos.

Ela me fez descobrir que amo, não é demais?

Não sabia que sabia amar, só achava que sabia.

Você, leal como um cão, paciente me esperou.

Notará que valeu a pena esta longa ausência:

Estou outro cara, bem melhor, mais curado.